sexta-feira, agosto 31, 2007

Sabedoria Primitiva


“A natureza nos criou para desejarmos tudo, não para ter tudo que desejamos”. Assim disse mais ou menos Maquiavel, e sobre tal reflexão não entendemos a mensagem critica, a essa não damos olhos e ouvidos, somos fãs da outra que diz: “os fins justificam os meios”. Fazemos questão de nos tornar o mais maquiavélico possível, de desenvolvimento sustentável entendemos menos ou nada. Queremos conquistar tudo a titulo de progresso, mas o resultado é inverso, estamos a passos largos em marcha ré, em busca da nossa extinção.
Saudades do tempo em que éramos “primitivos” vivíamos em sociedade coletiva, dividíamos tudo e o desejar era muito mais instintivo e também era para todos. As ações eram comunitárias e poderia até se comer pouco, mas nunca nada se comia se comida existia.
Mas tivemos que evoluir, civilizar-se foi necessário, não poderíamos ficar na escuridão do primitivismo, terras viraram privadas, assim as águas e pomares também, os animais passaram a ter dono e a dividir os homens em - quem tem e quem não tem.
Deuses do egoísmo e seus charlatões surgiram, um Deus era supremo e outros eram pagãos, o dinheiro apareceu para dar figura e energia propulsora a divisão dos homens aqui na terra, o que era uma coisa só, por simplesmente sermos iguais, passou a se fragmentar, bandos, povos, classes, tudo em subdivisão, estava na língua, na cor, na cultura. A diversidade pode ser boa, mas se houver respeito às diferenças, esse não existe, o ser humano extermina os que identifica como seus não semelhantes.
Quanto mais ficamos inteligentes e civilizados, mais burros e bárbaros nos tornamos, e o caminho para a autodestruição de nossa espécie está traçado e o seguimos com passos convictos da tecnologia.
É curioso como o ser humano faz guerra e se mata por coisas que de certa forma irá matar a todos um dia. Por petróleo, armas poderosas, para garantir a integridade e o modo de vida de um país, vida no tabagismo, alcoolismo, fest food e consumismo supérfluo que fazem a teia sistemática do capitalismo que mata milhões de pessoas pela desigualdade social e econômica.
É hora de voltarmos milhões de anos no tempo da humanidade, de voltar a sermos primitivos, caçar em bandos, de tentar nos igualar aos animais que com ignorância e vicio de superioridade intitulamos irracionais, eles bem sabem a natureza, sabem viver neste planeta, e superiores a nós, não evoluíram, observaram nosso comportamento e exemplo na ilusão da falsa evolução e progresso.
Um dia tive uma crise de asma e no hospital, passando pela recepção vi numa camisa a estampa de uma bonita arara azul, pois só se vê esses animais ilustrados, já que estamos eliminando eles de nossas vistas reais.
No meu delírio imaginei a ave falar:
- Vocês, homens mandatários deste planeta, estão trocando uma eternidade de ar puro, alimento, água fresca, belezas naturais em seus encantos para vossas gerações, por míseros séculos de cultura de bem estar social, com o suporte de mascaras para agüentar a poluição em seus gases mortais e traquitanas tecnológicas para tentar salvar alguns de vós da violenta resposta da natureza ao seu agressor, o evoluído e sábio homem”.


Dhiogo Rezende.

Salve Sua Loa - Música da Parabelo


Salve Sua Loa.

Camará, camará coroa.
Mestre Duda,
salve sua loa. 2X

Caboclo levanta sua lança,
proteja o cortejo aonde for.
Fazendo tremer sua Aliança,
Estrela de Ouro e Prata Flor.

Roda baiana a saia armada,
segue nos passos da jurema.
Sente a guia da azougada,
na loa o mestre dá o tema.

Camará, camará coroa.
Mestre Duda,
salve sua loa. 2X

A orquestra tem seu moitinho,
Trombone, cuíca e percussão.
O baque corre bem soltinho,
na magia do cravo e do surrão.

No baque virado homenageio,
O nobre maracatu rural.
A cultura da mata em seu seio,
cores vivas do canavial.


Dhiogo Rezende.