Eu sou a terra, mesmo que ainda senhor de mim,
sou teu servo pelo laço, viro caça quando eu te caço.
Me perco e me acho nessas terras que ainda minhas,
fecundam vão, nas veias que correm nos teus braços.
Eu sou a água, mesmo que salgada pela distancia,
a lágrima poente, fico doente sem você minha cura.
Eu me sinto e me pinto com a cor do seu sorriso,
riso do rio doce no vento que você soprou em mim.
Sinto-me assim, meio água na terra meia,
com sede tua como guerra que bebe paz.
Aguardando essa água encontrar a terra,
a nossa vida aportando no mesmo cais.