Até quando nossas peles forem flácidas de mais e os ossos
rígidos de menos.
Quando tarefas das mais simples forem as mais difíceis, sem
ritmo e sem jeito.
Quando a tarde for já bem tarde e a noitinha for a desventura
de um deleito.
Até quando dividirmos o espaço das caixas de remédios, exames
e chinelos.
Quando o longe não for visto nem de perto e as pratas dos
cabelos esvoaçarem.
Quando os domingos forem todos os dias e as folhas dos meses
acumularem.
Quando forem delicadas operações as ídas ao banheiro.
Quando os netos de um dia valerem por um ano inteiro.
Quando o que ficar, desejar ir depressamente depois.
Quando a ausência de um for a falta que dói nos dois.
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