segunda-feira, janeiro 08, 2007

Nazaré da Mata


Nazaré, terra de cores no varal.
Pé-de-cana em cada quintal.
Terra cravada, sangue da mata,
corre no caboclo do surrão de lata.

Cidade de manhãs manhosas.
Tardes preguiçosas e sinuosas.
Cidade de luas médias e sol gigante.
De rua lavada e chão brilhante.

De ladeiras mal inclinadas.
De feiras que usam as calçadas.
Terra geral do maracatu.
Danço eu, dança também tu.

Terra de música fluente.
De batucada reverente.
Terra de igrejas velhas.
Do cemitério e suas velas.

De mulheres bravas de alma,
têm a força estampada na saia.
Mistura da natureza calma,
com os batuques de al faia.

Pode ser lugar de repouso,
a rede e o som do rádio fanhoso.
Chuva de cinzas da cana queimada.
Bares simples, mas de mesa animada.

Lugar de luta e coragem dos bóias-frias.
Na ponta do facão o pão de todos os dias.
Cidade da velha revoltosa,
com seus metais soltos em prosa.

Sede do Veneno Futebol Clube.
Sua paixão, não tem quem mude.
Cidade que abraça todo mundo,
seja o cabra doutor ou vagabundo.

Cidade de estudantes-professores,
autores da vida, futuros educadores.
Lugar que transmite afeto,
vê no falar do avô com o neto!

Das mães que arrumam os filhos.
Sendo eles Édipos ou Narcisos.
Cidade doce em mar de vasta cana.
Parte viva da cultura pernambucana.

Dhiogo Rezende.

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